Primeiro contacto com tudo aquilo que Portugal sonha ser e que passa toda a hora reclamar pertencer, um país civilizado e verdadeiramente europeu. A noite caía escura no meio da iluminosidade artificial da noite berlinense(ich bin nicht ein berliner, para grande pena minha) e calmamente, carregando perto de 20kg, caminhámos em direcção à estação dos tipicamente típicos S-Bahn em busca de algo que nos levasse para Warschauer Strasse. Supostamente algo parecido com S9, mas o labiríntico mapa berlinense de linhas entrecruzadas, linhas sobrepostas e linhas impossiveis de definir, apenas acrescentava mais complicação ao meu naturalmente alemão de si mais enferrujado que uma barra de ferro no meio da Praia das Maçãs. Uma viagem envoltas na tal escuridão que se tornou mais negra, apenas escondendo Berlim Oriental dos meus olhos experimentados mas já parcialmente esquecidos. A capital europeia por excelência passava tímida pelos meus olhos, envergonhada pela sua nudez dura de anti-comunismo parcamente disfarçado, porém não me importava. Sabia que podia tirar-lhe desforra durante os dois dias seguintes. Num instante tão rápido como ir a Cascais e voltar com trânsito limpo(o que torna este momento numa raridade) chegámos à Warschauer Str. para apenas apercebermo-nos que o U-Bahn já estava fechado. E eis que uma caminhada lenta, de passo de caracol cansado e esforçado, se desenrolou por debaixo da estrutura do comboio urbano, onde bares, alemães e ruas orientais passavam silenciosamente ao nosso lado. Chegados à pousada, apenas foi para percebermos que não sabíamos onde era. Perguntar a turcos foi opção, mas apenas dois holandeses de Enschede foram os nossos guias, no meio de conversas futebolísticas que revelaram ignorância e gozo. Apenas uma simples preparação para os 30km de passeios que se seguiriam...
Local de divagações de vária índole. Política, Filosofia, Economia, Religião, Música, Cinema, mera escrita pessoal. Um conjunto de impressões individuais ao sabor da inspiração do momento, apenas com uma preocupação: o politicamente incorrecto, sinal de sanidade mental. Der Hexenhammer - MALLEUS MALEFICARUM, Maleficas, & earum hæresim, ut phramea potentissima conterens
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Berlim - 20 de Agosto
Berlim, 20 de Agosto por volta das 00h, hora berlinense... Após um vôo, com partida atrasada ao bom estilo português(numa despedida em cheio embuída no velho espírito português de falta de pontualidade), eis que solo estrangeiro é pisado num momento que apenas demora uns poucos segundos. Afinal segundos estéreis porque, afinal, é a mesma espécie de Terra que se pisa.
Primeiro contacto com tudo aquilo que Portugal sonha ser e que passa toda a hora reclamar pertencer, um país civilizado e verdadeiramente europeu. A noite caía escura no meio da iluminosidade artificial da noite berlinense(ich bin nicht ein berliner, para grande pena minha) e calmamente, carregando perto de 20kg, caminhámos em direcção à estação dos tipicamente típicos S-Bahn em busca de algo que nos levasse para Warschauer Strasse. Supostamente algo parecido com S9, mas o labiríntico mapa berlinense de linhas entrecruzadas, linhas sobrepostas e linhas impossiveis de definir, apenas acrescentava mais complicação ao meu naturalmente alemão de si mais enferrujado que uma barra de ferro no meio da Praia das Maçãs. Uma viagem envoltas na tal escuridão que se tornou mais negra, apenas escondendo Berlim Oriental dos meus olhos experimentados mas já parcialmente esquecidos. A capital europeia por excelência passava tímida pelos meus olhos, envergonhada pela sua nudez dura de anti-comunismo parcamente disfarçado, porém não me importava. Sabia que podia tirar-lhe desforra durante os dois dias seguintes. Num instante tão rápido como ir a Cascais e voltar com trânsito limpo(o que torna este momento numa raridade) chegámos à Warschauer Str. para apenas apercebermo-nos que o U-Bahn já estava fechado. E eis que uma caminhada lenta, de passo de caracol cansado e esforçado, se desenrolou por debaixo da estrutura do comboio urbano, onde bares, alemães e ruas orientais passavam silenciosamente ao nosso lado. Chegados à pousada, apenas foi para percebermos que não sabíamos onde era. Perguntar a turcos foi opção, mas apenas dois holandeses de Enschede foram os nossos guias, no meio de conversas futebolísticas que revelaram ignorância e gozo. Apenas uma simples preparação para os 30km de passeios que se seguiriam...





Primeiro contacto com tudo aquilo que Portugal sonha ser e que passa toda a hora reclamar pertencer, um país civilizado e verdadeiramente europeu. A noite caía escura no meio da iluminosidade artificial da noite berlinense(ich bin nicht ein berliner, para grande pena minha) e calmamente, carregando perto de 20kg, caminhámos em direcção à estação dos tipicamente típicos S-Bahn em busca de algo que nos levasse para Warschauer Strasse. Supostamente algo parecido com S9, mas o labiríntico mapa berlinense de linhas entrecruzadas, linhas sobrepostas e linhas impossiveis de definir, apenas acrescentava mais complicação ao meu naturalmente alemão de si mais enferrujado que uma barra de ferro no meio da Praia das Maçãs. Uma viagem envoltas na tal escuridão que se tornou mais negra, apenas escondendo Berlim Oriental dos meus olhos experimentados mas já parcialmente esquecidos. A capital europeia por excelência passava tímida pelos meus olhos, envergonhada pela sua nudez dura de anti-comunismo parcamente disfarçado, porém não me importava. Sabia que podia tirar-lhe desforra durante os dois dias seguintes. Num instante tão rápido como ir a Cascais e voltar com trânsito limpo(o que torna este momento numa raridade) chegámos à Warschauer Str. para apenas apercebermo-nos que o U-Bahn já estava fechado. E eis que uma caminhada lenta, de passo de caracol cansado e esforçado, se desenrolou por debaixo da estrutura do comboio urbano, onde bares, alemães e ruas orientais passavam silenciosamente ao nosso lado. Chegados à pousada, apenas foi para percebermos que não sabíamos onde era. Perguntar a turcos foi opção, mas apenas dois holandeses de Enschede foram os nossos guias, no meio de conversas futebolísticas que revelaram ignorância e gozo. Apenas uma simples preparação para os 30km de passeios que se seguiriam...
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