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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Qualquer coisa escrita no meio do Erasmus

"Sliar ficou sozinho mordiscando a peça de fruta e deliciando-se com o seu sabor doce. À sua volta mas e mais pessoas aproximavam-se da mesa, bebericando e petiscando sabores vários. Rapidamente o desconhecido perdeu-se no meio de tanto indivíduo conhecido, que cumprimentava os seus amigos com um sorriso ou com um abraço. Largou a peça de fruta e a comida, e lançou-se à descoberta. Sob a forte luz diurna, Sliar começou a distrair-se com os vários relevos das paredes laterais. Era incapaz de parar por momentos neste ou naquele desenho, todas elas o atraíam. Esculpidas numa talha dourada impenetrável à erosão, brilhava intensamente sob aquela intensa luz lançada pelo astro solar. Figuras de donzelas solitárias olhando para o vazio do infinito, rostos suaves transmitindo uma calma antiga, rostos desfigurados em expressões de surpresa ou desafio ou simples desenhos cravados na parede com cenas de casamentos ou festas. Apenas e só figuras femininas, numa homenagem permanente aos colos que perpetuaram gerações e histórias lendárias, causas de desastres amorosos e guerras prolongadas. A perdição do homem encluasurada em tantos desenhos dourados, gritando num alto som silencioso a beleza que caminhou por aqueles corredores, a mesma beleza que tentava fingir o grito de morte dilacerante e lento de um povo e de um reino."

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