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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Berlim - 21 de Agosto para 22 de Agosto

Noite passada ao relento: deixamos Schonenfeld já com a companhia do terceiro elemento e dirigimo-nos para a Berlin Hauptbahnhof. Novamente o S9 acompanha-nos até Warschauer Str.; viragem para a pousada com o U1, malas aviadas e caminhamos novamente na direcção da estação de comboios. Com quase 20kg de malas ao ombro e a puxar com uma das mãos, aventuramo-nos na noite berlinense em direcção a uma visita diferente. Eis que surge a Brandenburger Tor iluminada à noite, completamente diferente: uma aura que a reveste, silenciosamente imponente. Depois o Reichstag iluminado, a cúpula que nos contempla inalcançável na sua altura e na sua modernidade constrastante com a inscrição antiquada na fronte do parlamento: "Dem Deutschen Volke". Paramos um pouco na relva, descansar, tirar fotos, e apenas temos a noção do caminho que nos falta. O elemento recém chegado queixa-se das mãos, nascem-lhe calos, mas continuamos sempre em frente; apenas sabemos para onde temos de ir. Apenas sabemos que à nossa frente, ao fundo, vemos algo imperial. A estação de comboios completamente iluminada no meio da escuridão; um farol que guia os mais cansados; uma simples construção que lança raios de luz em direcção ao céu, acentuando a sua divinidade, apontando uma qualquer direcção incompreensível. Impressionante como ao fundo, numa simples foto, se consegue captar os focos de luz que se dirigem para as altas altitudes, perdendo-se lá num mistério insondável.

Estação de Berlim, a principal; onde iríamos apanhar o comboio nocturno em direcção a Varsóvia. Chegamos cansados, sentamo-nos na plataforma 12 e aguardamos. Apenas aguardamos para saber que está 45 minutos atrasado; não queremos acreditar no que ouvíamos, tanta caminhada e esforço para chegarmos a hora. Ao nosso lado um grupo de polacas conversa animadamente, envolvidas por uma aura de sono; continuamos a conversar como se nada fosse. Mais tempo passa, mais um anúncio altifalante: novamente um atraso, desta vez de 90 minutos. As polacas ficam indignadas, metemos conversa para o gozo; mas nada resulta. Apenas a minha impaciência, que acaba num levantar para estender as pernas e num caminhar ao acaso. Pego na câmara, toca a filmar não sei o quê, apenas sei que ele está feito. Continuamos à espera, o tempo passa, a frustração aumenta; pensa-se que tipo de comboio será e como será Varsóvia. As primeiras lojas começam a abrir na estação, o sol começa a aparecer; afinal já passam das sete da manhã. Comemos alguma coisa, desco para ir protestar e tentar obter o dinheiro de volta mas o altifalante interrompe-me a meio das escadas rolantes: o comboio afinal vem, de facto com 90 minutos de atraso vindo de Amesterdão. Respiro fundo, afinal a culpa não é dos alemães, continuam pontuais. Segue-se uma longa viagem de comboio, nuns assentos que se assemelham a camas. Adormeço a pensar em ti, na distância que nos separa, no amor que inunda o meu coração atiçado pelas saudades. Adormeço e sonho contigo

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