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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Varsóvia - 22 de Agosto[continuação]

Depois de deixarmos as bagagens no nosso quarto na pousada - Oki Doki Hostel , depois de brindados com um quarto decorado com as cores do céu e com uma cadeira suspensa no ar - mobiliário incompreensível; deixamos as quatro paredes e caminhamos na direcção das ruas polacas. O primeiro edifício que visitamos é um que soubemos ser possível subir até ao último andar e ter uma vista panorâmica sobre toda a cidade. E o que nós fazemos? Exacto, nem mais, ficamo-nos pelo rés-do-chão, pela entrada do edifício. Arquitectura semelhante ao Empire State Building, mas numa versão soviética: no fundo, sem problemas de imponência. Seguimos caminho e entramos na avenida principal que tínhamos percorrido de manhã. Direcção? A estação de comboios para comprarmos o bilhete para Vilnius(sem saber o que nos esperava...). Aventura normal, percorrer aqueles corredores de submundo escondido e tentar falar inglês com a senhora do guichet. Ao mesmo tempo que nos tentávamos entender com o Zloty.

De seguida enfiamo-nos directamente num centro comercial. Necessária uma toalha para um dos membros do grupo, o mais atrasado. Percorremos lojas, perdemos tempo inestimável, farto daquela situação. Finalmente(!!!) saímos daquela coisa estranha e podemos fazer uma visita normal a uma cidade estranha. Primeira paragem... Hard Rock Varsóvia. Café português, chávenas portuguesas, uma decoração típica e que se esperava, uma boa meia hora passada. Continuamos e progredimos, a passo, para o centro histórico. Por cima de nós o céu fechava-se num cinzento ameaçador, passo acelerado até vermos, ao nosso lado, o palácio presidencial ocupado por um dos irmãos gémeos. Antes disso, abordados fomos por uma dupla de raparigas num peditório em favor das escolas secundárias. Somos simpáticos e contribuimos com... cêntimos de Euro. Continuamos a viagem e entramos por ruelas que desembocam em Igrejas ou que ladeiam Igrejas; caminhos pilhados de gente e de turistas, uma voz portuguesa ouvimos ao fundo. Entramos dentro de muralhas, admiro com a minha máquina a arquitectura polaca antiga. O cansaço apodera-se, a chuva começa a cair e voltamos para trás, na direcção da pousada. Pelo caminho, tempo para o Rodrigo captar momentos próprios com duas polacas.

Depois de chegados à pousada, altura para um descanso. Dirigo-me com o portátil para a sala de estar, tentar apanhar sinal para falar contigo. O Rui acompanha-me, tempo de ouvir a Académica; o Rodrigo vai dar a sua volta. O tempo passa e com ele vem a fome; largamos os portáteis e partimos em busca da noite polaca. Primeira paragem: um restaurante junto à primeira esquina da primeira praça que vimos. O objectivo era chegarmos a um restaurante tipicamente polaco; o resultado foi irmos para um restaurante diferente(sei lá já de onde). Praticamente expulsos do espaço(chegámos em cima da hora mas como parecíamos turistas endinheirados e maltrapilhos lá nos fizeram o favor...), caminhámos na direcção da noite polaca, impulsionados pelo entusiasmo do Rodrigo e pela minha insistência em voltar cedo porque o comboio seria às 07h e tal da manhã seguinte. Percorremos ruas indicadas num mapa riscado por mim, supostamente caminhamos na melhor zona para a noite, mas apenas vemos ruas. De repente aparece um grupo, seguido de outro, seguimos o rebanho para ver onde vai parar. Descobrimos um arco num prédio, entrada para uma espécie de pátio; viramos à esquerda e encontramos alguma espécie de diversão. Entramos receosos, buscamos a pista de dança; encontramos um bar onde uma barmaid não sabe servir vodka com laranja e um DJ que passa música através de cassetes numa versão polaca da M80. A música era um pesadelo; o espaço minúsculo; os polacos estranhos; o Rodrigo abordado, o Rui a beber o seu copo e eu a tentar apreciar algo, tarefa quase impossível. Aos poucos e poucos vamo-nos apercebendo de uma personagem: ele é dinâmico, ele é mexido, ele é fogo na pista de dança... Ele é de Chernobyl(?!)... Radioactivo não pára de dançar, não tira o boné nem por nada deste mundo, no fundo, eu e o Rui rimo-nos à custa dele(sempre encontrámos alguma diversão no meio daquela tristeza).

A hora chega, bazamos do bar ou clube ou lá o que era aqui, descansados e satisfeitos. Vamos de novo para a pousada onde esperamos dormir as horas suficientes para acordarmos à hora suficiente para chegarmos a tempo suficiente para apanharmos o comboio. Entramos novamente no quarto decorado com nuvens e uma cadeira suspensa; adormeço num instante e num instante sou transportado para o pé de ti. As saudades conduzem-me até ti, durmo literalmente no céu, enquanto me acompanhas nos sonhos

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