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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um apelo sensato de Daniel Bessa

O Banco Central Europeu (BCE) não tem condições para prolongar indefinidamente as medidas que acalmaram o mercado da dívida, avisa Daniel Bessa. A solução para a crise nacional passa por medidas muito mais drásticas do que as previstas no OE para 2011: Bessa propõe o corte do défice para os valores previstos para o crescimento.

Daniel Bessa, economista e principal rosto da Cotec deixa nesta entrevista ao PÚBLICO um olhar pessimista sobre a crise da dívida soberana e sobre as perspectivas do país para o futuro próximo. Defende soluções radicais para atacar a falta de confiança dos credores, critica a inexistência de um plano coordenado para enfrentar a crise e deixa no ar uma dura reflexão: na actual conjuntura, a economia não só não consegue sustentar as políticas sociais como se aniquila nos seus custos.



Um aviso sensato, de um economista lúcido que não está preso aos dogmas das vacas sagradas do politicamente correcto - não criticar o Estado Social. O Estado Social que atira uma geração inteira, a nossa, para a pobreza irremediável. O Estado Social que é a imagem de uma geração arrogante, incapaz de perceber que o mundo dos anos 60 e 70 já não existe, e que as fundações do Estado Social estão pela hora da morte.

Ou existe uma profunda reforma da segurança social, associada a uma ainda mais profunda reforma administrativa e política, a geração actual - a nossa, a minha geração - não tem outra opção senão emigrar. Ou apelar a uma revolta pacífica, porque a geração do 25 de Abril está a matar o nosso futuro, dia após dia, ano após ano.

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